Quarta, 03 Setembro 2014 00:00

Participative Landscape Design

Trabalho apresentado no  49 th IFLA World Congress - Lanscapes in Transition em Cape Town, África do Sul. 2012

Publicado em Pesquisa

O projeto Parque Fluvial do Rio São Francisco em Januária foi desenvolvido no Programa de Cooperação Técnica entre a Organização dos Estados Unidos Americanos – OEA – e a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente – SRHU/MMA para elaboração de Projeto Básico para Implantação de Parque Fluvial situado à margem do rio São Francisco no município de Januária – MG, utilizando metodologias participativas de produção da paisagem.

Durante a execução do projeto do Parque Fluvial em Januária foi desenvolvida e aplicada uma metodologia participativa de apresentação, coleta e espacialização de dados e demandas da população. Foi realizada a oficina de “Biomapas Comunitários” estudada, modificada e desenvolvida na dissertação de mestrado “Do planejamento da Circulação ao Microplanejamento Integrado” da coordenadora Luciana Souza Bragança. A aplicação nesse formato foi desenvolvida especialmente para este projeto.

Essa metodologia proporciona um entendimento da área pelos participantes, a introdução da visão dos mesmos sobre a área e gera um resultado com propostas já espacializadas produzidas coletivamente.  Os mapas perceptivos produzidos nessa oficina tornaram-se uma base representativa da vontade daquele grupo e um primeiro esboço do Projeto Básico.

Foram produzidos da seguinte forma:

  • Apresentação dos mapeamentos temáticos produzidos com os dados levantados e apresentação do programa físico funcional proposto pelo Ministério do Meio Ambiente.
  • Avaliação e redesenho desses mapas com informações adicionais e novas atividades propostas pelos participantes,
  • Produção de informação espacial coletiva tanto de levantamento quanto de propostas.

Materiais utilizados:

  • Mapeamentos impressos e plastificados
  • Mapa base plotado em formato grande contendo área e  o entorno imediato.
  • Folhas de papel, do tipo post it.
  • Caneta hidrocor, lápis, lápis de cor, lápis de cera,
  • Adesivos com o programa físico funcional proposto organizado em pictogramas.
  • Legenda dos pictogramas

Os participantes foram convidados a confeccionar os mapas comunitários inserindo o programa na base cartográfica, espacializando assim relações de vizinhança e lugares para implantação do programa. Deu-se, dessa forma, possibilidades para o grupo localizar as atividades de acordo com seus desejos e interpretação própria.

O primeiro biomapa foi confeccionado pelos atores estratégicos.

Diante do mapa base apresentado em formato A0, foi indicado o uso de cada material para as devidas intervenções, afim de espacializar todo o programa do parque a partir da demanda local. Foram utilizados os adesivos como indicadores do programa proposto, e também foram admitidas e incentivadas outras indicações de programas anotadas por todos os participantes nos post its e no próprio mapa.

Não houve intervenção ou direcionamento das propostas durante a oficina.

Houve uma dificuldade no entendimento da escala da área do parque mas houve uma discussão frutífera quanto ao programa, sua melhor localização e proximidade com outros programas.

Os atores estratégicos fizeram proposições muito peculiares como: a extinção da área destinada para o estacionamento de veículos automotores na área de preservação onde será implantado o parque, a criação de uma “zona dos poetas”, o uso predominante de espécies nativas na arborização, implementação de um equipamentos de modo que os participantes ficaram envolvidos de forma propositiva e corresponsável em relação ao parque.

O segundo biomapa foi confeccionado por 10 alunos da rede pública  com cerca de 10 anos de idade. O grupo infantil confeccionou um mapa com associações mais inusitadas e de grande valia. Muitas de suas ideias tiveram enorme importância e foram incorporadas ao projeto.

As anotações sobre o mapa na segunda oficina não reúnem somente sugestões e justificativas de programa. No mapa encontram-se várias referências ao cotidiano do grupo e de sua relação com a área. Destacam-se as observações "O parque tem que ser público" e “perto de minha casa” como as que mais apareceram e explicitando as relações acima citadas.

A forma como os post its foram inseridos no mapa foi bastante diferenciada em relação a primeira oficina. Com base nos ícones adesivados e no entendimento do que o ícone representava na legenda entregue, as crianças associaram os post its aos ícones do programa, inserindo neles as justificativas do porquê o ícone estar sendo inserido naquele lugar e qual era a sua função.

O efeito principal dessa oficina infantil foi o de educação ambiental, envolvendo outro grupo com outra faixa etária como ator estratégico a idéia de conservação e preservação do parque é disseminada a um montante cada vez maior de pessoas.

Ocorreu a proposição de ideias inéditas ainda não contempladas no material e no programa estabelecido. A familiaridade dos grupos com área confirmou a proposição de alguns programas e incorporou novos que até o momento ao que não haviam sido estabelecidos.

Para a elaboração da proposta fizemos a sobreposição do resultado dos dois mapas produzidos que foi usada como base de projeto. 

Galerias

BIOMAPA 1 - ATORES ESTRATÉGICOS

BIOMAPA 2 - Alunos 

diagnóstico e síntese

Publicado em Urbano

O projeto Parque Fluvial do Rio São Francisco em Januária foi desenvolvido no Programa de Cooperação Técnica entre a Organização dos Estados Unidos Americanos – OEA – e a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente – SRHU/MMA para elaboração de Projeto Básico para Implantação de Parque Fluvial situado à margem do rio São Francisco no município de Januária – MG, utilizando metodologias participativas de produção da paisagem.

Publicado em Urbano

Colaboradores

Atamar Lorrani

Estuda Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Foi orientador de desenho técnico e professor de SketchUp pela Trena Ensino. Participou como colaborador do Concurso Parque Paranoá.

Fernanda Gomes Rabelo

Arquiteta e Urbanista pela Universidade FUMEC em 2008. Mestrado realizado na Espanha, na área de Sustentabilidade. Desde 2011 atua como sócio proprietária no escritório de arquitetura Estudio Cena, tendo realizado desde então distintos projetos residenciais, comerciais e projetos de interiores.

Participou do Projeto Paisagístico das áreas remanescentes às margens da Avenida Presidente Antônio Carlos.

Frederico Canuto

Arquiteto e Urbanista pela PUC MG em 2000. Mestre em Planejamento Urbano / Analise Crítica e Histórica da Arquitetura e Urbanismo pela UFMG em 2005. Doutor em Poéticas da Modernidade pela Faculdade de Letras da UFMG em 2012. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais.

 Investigador do Projeto de Pesquisa Default Urbano, participou também do Projeto Paisagístico das áreas remanescentes às margens da Avenida Presidente Antônio Carlos, e do Projeto Parque Fluvial do Rio São Francisco em Januária-MG.

 

Paula Vilela

Arquiteta e Urbanismo pela Universidade FUMEC em 2007. Pós graduação em Processos Criativos em Palavra e Image, pela PUC Minas em 2009, e técnica em Comunicação Visual pelo INAP em 2011. Após a conclusão do curso de graduação, direcionou seus estudos para as artes visuais.

Participou do Projeto Paisagístico das áreas remanescentes às margens da Avenida Presidente Antônio Carlos e do Concurso para a Orla Noroeste de Vitória.